Por que os centros de informação turística estão entre as melhores atrações da Ásia
Descubra por que os centros de informação turística na Ásia não só fornecem ajuda prática, mas também se tornam grandes atrações. Saiba mais sobre seu significado e cultura únicos.
Por que os centros de informação turística estão entre as melhores atrações da Ásia
Muitos viajantes associam centros de informações turísticas a mapas e à localização do banheiro público mais próximo. Mas para Tammy Mermelstein, suas visitas a esses estandes de informações foram alguns dos destaques de suas recentes férias no Japão.
Preparando-se para a viagem ao Japão
A mãe de dois filhos, que mora em Houston, passou mais de um ano planejando a viagem de três semanas de sua família ao Japão. Embora ela tenha trazido algumas lembranças especiais, como retalhos de tecido de um quimono de um mercado de pulgas, é o livro cheio de selos que ela colecionou em centros de informações turísticas e outras atrações que ela tem particularmente orgulho de exibir.
Uma mudança na Europa
Em algumas partes da Europa, os centros de informação turística estão gradualmente a tornar-se obsoletos. Paris fechou o seu último centro de informação, mesmo ao lado da Torre Eiffel, em janeiro. A Escócia também anunciou que todos os centros de informação serão encerrados até ao final de 2025.
As autoridades de turismo de ambas as cidades citaram as redes sociais e o acesso generalizado a smartphones como razões para os encerramentos. Estas instituições adotaram um modelo “digital first”, com foco em plataformas como Instagram e TikTok, complementadas por canais de WhatsApp dedicados para viajantes com dúvidas específicas.
Crescimento dos centros de informação na Ásia
Embora alguns especialistas já prevejam a sentença de morte para a assistência pessoal nos centros de informação turística, o número de postos de informação está a aumentar nos países asiáticos. Segundo Xiang Li, diretor da Escola de Gestão Hoteleira e Turística da Universidade Chinesa de Hong Kong, estes centros estão a prosperar devido às diferentes mentalidades dos viajantes da região. “Os turistas asiáticos tendem a apreciar instruções estruturadas e explicações pessoais”, explica. “Muitos destes viajantes têm menos experiência em viagens internacionais e enfrentam barreiras linguísticas, o que torna as interações pessoais e o apoio particularmente importantes para eles.”
O papel da interação
A Coreia do Sul tinha cerca de 300 centros de informação turística em 2015; agora são 638. Esse número inclui funcionários chamados “Centros de Informações Turísticas em Movimento”, que ficam em bairros movimentados como Myeongdong, em Seul, para responder a perguntas. Esses funcionários usam camisetas vermelhas e chapéus de cowboy e falam chinês, japonês ou inglês.
“Os centros de visitantes na Ásia priorizam a interação e o serviço como os aspectos mais importantes para atender às necessidades dos turistas numa cultura coletivista”, diz Xiang. “Em contraste, os centros de visitantes europeus concentram-se principalmente na informação e na educação para servir os turistas num contexto que enfatiza a atenção individual.”
O Japão e a cultura do selo
O Japão abriu 250 novos centros de informação entre 2018 e 2024 para responder ao excesso de turismo e atender às necessidades dos viajantes internacionais em vários idiomas. O governo estabeleceu recentemente a meta de receber 60 milhões de turistas anualmente até 2030.
Os centros turísticos do Japão não são apenas pontos de informação, mas também atrações em si. Cada centro possui um selo exclusivo conhecido como “eki sutanpu” em japonês. Os viajantes que recolhem estes carimbos nos seus passaportes turísticos visitam frequentemente especificamente os postos de informação, mesmo que não necessitem de assistência específica. Esses selos são souvenirs gratuitos que homenageiam a cultura artística japonesa, e até YouTubers e TikTokers de viagem comparam qual versão é a mais bonita ou a mais difícil de encontrar.
A mania de colecionar e as conversas locais
Esse frenesi de coleta é conhecido em inglês como “stamp rally”. O empresário tailandês Patrick Pakanan fundou originalmente o aplicativo StampQuest para sua esposa, que é uma apaixonada colecionadora de selos. Pakanan passou parte da infância no Japão e é fluente em japonês, mas aproveita todas as oportunidades para entrar em um centro de informações turísticas. “É uma boa forma de iniciar uma conversa com os habitantes locais para saber o que comer, o que é popular aqui ou que lojas recomendam”, afirma.
Mãe Mermelstein concorda. Embora ela visitasse os centros de informação para recolher os seus selos e pedir conselhos, a sua família passava lá tanto tempo como num museu. Num centro, um funcionário mostrou às filhas como escrever os seus nomes em japonês e, noutro, uma mulher trouxe quimonos para as meninas usarem e tirou fotografias delas. Alguns centros possuem até áreas de recreação especiais para crianças pequenas.
Embora Pakanan não colecione selos, sempre que vê uma nova área no Japão ele visita imediatamente um escritório de informações. “Não importa onde você vá mergulhar, você precisa de um mestre de mergulho, certo? Bem, este é o mestre de mergulho local.”
Nota editorial:Gawon Bae e Chris Lau da CNN contribuíram com reportagens.