EUA e Irão: Diplomacia na disputa nuclear – negociações em Roma!
Futuras conversações nucleares entre os EUA e o Irão na sexta-feira em Roma: optimismo apesar das diferenças existentes sobre o programa nuclear.

EUA e Irão: Diplomacia na disputa nuclear – negociações em Roma!
Na sexta-feira, 21 de maio de 2025, terá lugar em Roma a quinta ronda de negociações sobre a polémica disputa nuclear entre os EUA e o Irão. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, na plataforma X. Omã assume o papel de mediador nestas conversações, que se tornaram cada vez mais importantes nos últimos meses.
Houve um certo grau de otimismo entre os dois lados no início das negociações. Contudo, surgiram diferenças significativas após a última reunião em Mascate. O analista Gregory Brew, do Eurasia Group, observou que a continuação das negociações não seria surpreendente, apesar das divergências existentes. No entanto, sublinhou que sem acordo sobre uma questão fundamental, um acordo abrangente continua a ser improvável.
ponto de discórdia nas negociações
O principal ponto de discórdia no programa nuclear do Irão diz respeito à sua utilização. O Irão insiste que o seu programa se destina exclusivamente a fins civis, enquanto os governos ocidentais, especialmente os Estados Unidos, temem que o Irão esteja a trabalhar para construir uma bomba nuclear. Estas preocupações foram ainda mais alimentadas quando o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou o Irão com força militar se as negociações falhassem.
Como parte do acordo nuclear de Viena, assinado em 14 de julho de 2015, o Irão comprometeu-se a restringir significativamente o seu programa nuclear. O acordo foi assinado pelos países P5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido, Alemanha) e pela União Europeia com o objectivo de controlar o programa nuclear do Irão e levantar gradualmente as sanções económicas. Este acordo entrou em vigor em 20 de janeiro de 2016 e foi aprovado pela Resolução 2.231 do Conselho de Segurança da ONU.
Consequências da saída dos EUA do acordo
Mas as esperanças de uma solução a longo prazo foram significativamente prejudicadas quando Trump se retirou unilateralmente do pacto em 2018 e impôs novas sanções ao Irão. Estas sanções afectaram não só directamente o Irão, mas também todos os países e empresas que faziam negócios com o Irão. Após a retirada dos EUA, a actividade nuclear iraniana também começou a aumentar: o Irão excedeu os limites de urânio pouco enriquecido do acordo em Julho de 2019 e declarou em Janeiro de 2020 que não iria mais cumprir os compromissos do acordo.
As violações nucleares do Irão e o aumento do enriquecimento para até 60% minaram significativamente a confiança internacional. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou em meados de 2019 que o Irão estava a cumprir os seus compromissos ao abrigo do acordo, mas a situação deteriorou-se dramaticamente desde então. Os críticos do acordo, como os Estados Unidos, Israel e a Arábia Saudita, já tinham manifestado preocupações desde o início de que o Irão pudesse trabalhar em prol de armas nucleares, apesar dos seus compromissos.
O governo federal e outros atores internacionais continuam a esforçar-se para encontrar uma solução diplomática. A possibilidade de o governo dos EUA sob a presidência de Biden regressar ao acordo depende crucialmente do regresso do Irão ao cumprimento das suas obrigações contratuais. As negociações em Viena decorreram pela última vez entre Abril e Junho de 2021 e entre Novembro de 2021 e Março de 2022, mas foram interrompidas pela rejeição dos pacotes de compromisso por parte do Irão. Não há progressos nas negociações e a comunidade internacional está a acompanhar de perto a evolução da situação.
Dada a situação actual e as diferenças existentes, o resultado da próxima ronda de negociações em Roma será acompanhado com especial atenção. Resta saber se as partes envolvidas conseguirão chegar a um acordo que possa proporcionar uma solução duradoura para a disputa nuclear.
Jornal pequeno, Wikipédia, Ministério das Relações Exteriores.