Veredicto de 141 mil milhões de dólares: Estados dos Balcãs à beira do abismo!
Um tribunal dos EUA concede 141 mil milhões de dólares em indemnizações por crimes de guerra no conflito dos Balcãs.

Veredicto de 141 mil milhões de dólares: Estados dos Balcãs à beira do abismo!
Uma decisão recente do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova Iorque poderá ter graves consequências económicas para vários estados dos Balcãs. Mais de 141 mil milhões de dólares, incluindo juros e custos legais, foram definidos como possível compensação por crimes de guerra cometidos durante a Guerra da Bósnia. A Sérvia, o Montenegro e a Republika Srpska, a república sérvia na Bósnia e Herzegovina, são particularmente afetadas. Os veredictos baseiam-se no princípio da jurisdição universal e aplicam-se não só à pessoa de Radovan Karadzic, mas também a outras instituições e indivíduos relacionados com os crimes de guerra. Esta decisão pode representar ameaças existenciais aos estados afetados.
O advogado das vítimas, Ramo Atajic, enfatizou que as sentenças são executórias e que as instituições estatais dos países em causa serão responsabilizadas pelos pagamentos de indemnizações. Embora Karadzic não tenha cooperado com o sistema judiciário dos EUA e não tenha oferecido uma defesa activa, medidas coercivas internacionais poderiam ser ameaçadas se um acordo fosse rejeitado. Isto poderia incluir o bloqueio de activos estrangeiros e de contas dos estados afectados, o que poria em perigo a sobrevivência de estados inteiros.
Relevância internacional e fundamentos constitucionais
Estes veredictos têm implicações jurídicas de longo alcance, uma vez que estabelecem um precedente e abordam, pela primeira vez, as consequências financeiras dos crimes de guerra nos Balcãs. De acordo com a Carta das Nações Unidas, os Estados são obrigados a evitar a violência nas relações interestatais e podem enfrentar sanções se não cumprirem estas obrigações. As complexas ligações entre a jurisdição nacional e internacional também são influenciadas pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que foi criado em 2002. A sua tarefa é processar crimes graves, como genocídio e crimes de guerra, se um Estado individual não for capaz de o fazer.
A base jurídica do TPI é o Estatuto de Roma, assinado em Roma em 1998 e adoptado por 120 estados. A Alemanha, um dos maiores contribuintes, ratificou o estatuto em 11 de dezembro de 2000 e emitiu uma lei de implementação correspondente e um código penal internacional (VStGB). O TPI não atua como um substituto das jurisdições nacionais, mas antes complementa-as, agindo principalmente quando os Estados não estão dispostos ou não podem processar crimes graves.
Crimes de guerra no contexto da Carta das Nações Unidas
Os crimes de guerra são uma das categorias jurídicas centrais do direito internacional, que também inclui a acusação de crimes de agressão. A Carta das Nações Unidas obriga todos os Estados a evitar a violência nas relações interestatais, o que torna os conflitos internacionais como o ataque à Ucrânia pela Rússia desde 2022 juridicamente problemáticos. Muitos estados reconheceram a definição de crimes de agressão, que inclui o planeamento e execução de actos de agressão.
O perigo que tais decisões e julgamentos representam para os Estados dos Balcãs é reforçado pelos esforços intensivos empreendidos pelo TPI em vários conflitos. Os críticos argumentam que existe um preconceito ocidental no direito penal internacional, enquanto a realidade mostra que as investigações também podem afectar os estados ocidentais.
A situação actual nos Balcãs realça a fragilidade da estabilidade política na região e a importância da justiça internacional. A pressão sobre as instituições sérvias, montenegrinas e bósnias aumentará e o impacto da decisão poderá ser sentido durante a próxima década.
Ainda não se sabe como a situação irá evoluir. Embora os advogados das vítimas falem de ameaças contra o seu trabalho, não foram feitas declarações oficiais em Belgrado, Banja Luka e Podgorica. A situação preocupante mostra que um precedente jurídico pode não só garantir justiça às vítimas de crimes de guerra, mas também pode ter consequências políticas e económicas significativas para os Estados envolvidos.