O Peru concede anistia por forças de segurança por alegações de abuso
O Peru concede a anistia das forças de segurança que são acusadas durante a luta contra grupos de guerrilha. Os críticos alertam sobre uma ameaça à justiça pelas vítimas de abuso.

O Peru concede anistia por forças de segurança por alegações de abuso
A presidente peruana Dina Boluarte assinou uma lei na quarta-feira que concedeu aos policiais, membros militares e membros do Comitê de Autodefesa Civil, que participaram das contramedidas contra o terrorismo durante a sangrenta luta de 20 anos contra grupos de guerrilha de esquerda.
Detalhes sobre anistia
A lei sobre anistia inclui membros das forças de segurança que são acusadas de abuso durante esse período. No entanto, a anistia não se aplica àqueles que já foram condenados ou são acusados de terrorismo ou alegações de corrupção. Entre 1980 e 2000, as forças de segurança Peru estavam envolvidas na luta contra os rebeldes, incluindo os caminhos brilhantes e o movimento revolucionário de Tupac Amaru, que custou cerca de 69.000 pessoas, de acordo com a Comissão da Verdade Peruana.
Oposição e crítica
Além dos mortos, muitas pessoas desapareceram durante esse conflito. Os grupos de direitos humanos criticaram a anistia porque minam os esforços para serem responsáveis pelas atrocidades cometidas durante esse período. Alguns parlamentares resistiram à adoção da lei no Congresso.
Processo e escopo
A anistia também se aplica a pessoas com mais de 70 anos que já estão na prisão - a menos que tenham sido condenadas por terrorismo ou corrupção. Atualmente, existem mais de 1.000 pessoas sob acusação ou estão sendo examinadas quanto à participação na luta contra o terrorismo, relata o jornal oficial El Peruano.
Presidente Boluarte e o futuro
Durante a cerimônia de assinatura, Boluarte disse que a nova lei beneficiaria aqueles que defendiam o país para grupos terroristas. "Que essa anistia seja uma mensagem de paz e não a divisão. É hora de virar a folha e fechar esta lista e o sangrento capítulo que o terrorismo representa", disse o presidente.
Opinião do Ministro da Justiça
O ministro da Justiça, Enrique Alcántara, defendeu a nova lei e rejeitou a opinião de que promove a impunidade. "Esta lei busca a justiça e é baseada nos princípios ancorados em nossa Constituição peruana e na Convenção Inter -Americana sobre Direitos Humanos: todos têm o direito de que sua situação legal seja esclarecida em um tempo razoável", disse ele.
Reações de organizações de direitos humanos
A Human Rights Watch descreveu a nova lei como "traição" nas vítimas de abuso. "(A lei) mina décadas de esforços para aceitar a contabilidade de atrocidades e continua a enfraquecer o estado de direito no país", disse Juanita Goertus, diretora da América da Human Rights Watch.
O jornalista da CNN Michael Rios contribuiu para esta história.