Haredim em Israel: serviço militar? Apenas 177 inscritos!
Debate sobre o serviço militar em Israel: apenas 177 dos 10.000 Haredim convocados se alistam. A Suprema Corte exige igualdade.
Haredim em Israel: serviço militar? Apenas 177 inscritos!
Em Israel, o recrutamento de judeus ultraortodoxos, conhecidos como Haredim, continua no centro de uma disputa acalorada. De acordo com um relatório recente do Times of Israel, dos 10.000 avisos de recrutamento enviados, apenas 177 haredim aceitaram o serviço militar. O último inquérito também registou 265 objectores de consciência que ignoraram avisos de recrutamento, o que poderia resultar na sua proibição de deixar o país e na potencial prisão da polícia. Isto representa um desafio significativo para o exército israelita, que conta com cerca de 67.000 haredim elegíveis para fins militares, e está a causar tensões contínuas na sociedade israelita, conforme relatado pela agência de notícias KNA.
O Tribunal Federal desafiou recentemente o status quo existente ao decidir que a isenção militar para judeus ultraortodoxos não tem base legal, o que afetou as leis desde as alterações em 2015. O Tribunal deu ao governo um período de um ano para desenvolver as reformas legais necessárias, caso contrário, entraria em vigor um decreto de emergência que estenderia o recrutamento a todos os homens, sem exceção, de acordo com a Focus Jerusalem. A Presidente do Tribunal, Miriam Naor, enfatizou que as atuais exceções violam gravemente o princípio da igualdade e que também é hora de os Haredim fazerem a sua parte na defesa do país.
Protestos e resistência
A divisão social há muito que se espalhou pelas ruas de Israel; Muitos Haredim se opõem fortemente ao recrutamento porque temem perder seus valores religiosos através do serviço militar. Quando o Estado de Israel foi fundado, foi garantido aos rabinos judeus que os estudantes do Talmud estariam isentos do serviço militar. No entanto, este regulamento encontrou uma forte falta de compreensão entre a população secular, que se sente em desvantagem. O ministro do Interior, Aryeh Deri, disse estar preparado para lutar para manter as isenções, classificando a posição do tribunal como "completamente divorciada das nossas tradições". A resistência dos Haredim mostra que a questão do recrutamento revela não só tensões legais, mas também tensões culturais mais profundas em Israel, com as quais o governo e a sociedade terão de lidar num futuro próximo.