Última colheita em Stockhausen: um adeus aos velhos tempos
Numa emocionante retrospectiva, Burkhard Bräuning descreve a última colheita de batata em Stockhausen e o seu significado para a família e a aldeia.
Última colheita em Stockhausen: um adeus aos velhos tempos
No sábado passado houve um acontecimento significativo na pequena aldeia de Stockhausen: o grupo cultural convidou as pessoas a “colherem batatas como antes”. A família Diehl forneceu gratuitamente uma série de batatas, o que significou uma viagem nostálgica aos tempos passados para os aldeões. As crianças, em especial, vivenciaram como era a colheita, pois a maioria só conhecia esse tipo de trabalho por ouvir dizer.
As batatas foram distribuídas pelo campo através de uma colheitadeira tradicional que as retirou suavemente do solo. Ao contrário das modernas colheitadeiras de batata totalmente automatizadas que se vêem hoje em dia por todo o lado, os participantes neste evento tiveram que ter contacto direto com a natureza e com o trabalho no campo. Foi uma retrospectiva nostálgica de uma época em que o trabalho da colheita envolvia muito trabalho manual e era comemorado com uma experiência compartilhada na comunidade.
A alegria das crianças
Particularmente digno de nota foi o empenho das crianças, que trabalharam com grande entusiasmo. Eles levaram a sério a tarefa de colher batatas e contribuíram ativamente para a colheita. Com toda a diversão e entusiasmo com as batatas frescas, eles rapidamente esqueceram as dificuldades do dia. Terminados os trabalhos, todos se reuniram em torno de uma fogueira e saborearam batatas e requeijão cozidos na brasa, fortalecendo ainda mais a comunidade num ambiente acolhedor e de convívio.
Neste contexto, uma memória pessoal ficou gravada no repórter Burkhard Bräuning. Há dois anos ele já havia escrito um texto intitulado “A última colheita” para um evento dialetal, que emocionou muitos visitantes. Eram memórias de uma época que representa uma despedida amarga para muitos aldeões, especialmente aqueles que vinham de famílias agrícolas.
Dizer adeus à agricultura é uma experiência dolorosa para muitos aldeões. Eles sabem quanto trabalho e paixão são necessários para cultivar os campos e o que significa perder uma fazenda. Estas mudanças nem sempre são fáceis de aceitar, mesmo que muitas vezes tragam algum alívio após um período de luto. Olhar para trás, para a colheita, mostra que a vida mudou fundamentalmente – tanto tecnológica como socialmente.
Karla, esposa de Burkhard, cresceu numa quinta e as suas memórias da última colheita dos seus pais também estão profundamente enraizadas. Na década de 2000, quando ocorreu a colheita de batata da sua família, foi um desafio particular. Sua família era pequena e os ajudantes diminuíam, tornando a tarefa mais difícil. O fato de você ter assumido uma tarefa tão honrosa com um grupo menor torna as memórias ainda mais valiosas.
Nos dias de hoje, com as máquinas assumindo o trabalho, muitos sentem falta da simplicidade e da comunidade da colheita tradicional. O cheiro da terra fresca, as risadas uns com os outros enquanto recolhem as batatas - momentos como estes unem-se e ficam no coração. Isto mostra que apesar das mudanças na paisagem agrícola, as memórias e o sentido de comunidade permanecem.
A colheita de batatas pode ser mais fácil e rápida hoje em dia, mas as memórias do laborioso trabalho manual estão profundamente enraizadas nas mentes daqueles que já experimentaram esse tipo de trabalho. Isto não é apenas parte da sua história, mas também uma parte valiosa da comunidade da aldeia, que continua a preservar as suas tradições.
Algumas reflexões no final: Estas análises destacam a importância de manter a ligação à natureza e à tradição, especialmente em tempos de tecnologia. Resta saber até que ponto tais eventos podem inspirar as pessoas a recuperarem a responsabilidade pessoal e o respeito pela natureza. Informações sobre as experiências e impressões da última colheita estão documentadas detalhadamente em www.giessener-anzeiger.de.