Município necessitado: Onde está a ajuda financeira urgentemente necessária?
A associação regional de Saarbrücken enfrenta desafios financeiros. Um novo orçamento é aprovado para expandir a infraestrutura de escolas e creches.

Município necessitado: Onde está a ajuda financeira urgentemente necessária?
Num comovente discurso final sobre o orçamento, o diretor da associação regional, Peter Gillo (SPD), destacou a alarmante situação financeira dos municípios. “A taxa é demasiado elevada e as dificuldades financeiras das cidades e municípios são grandes”, explicou. Em 2025, só terão de ser contraídos 108 milhões de euros em empréstimos, a fim de realizar investimentos urgentemente necessários em infraestruturas escolares e de creches, bem como em renovações que permitam poupar energia. Gillo enfatizou que os gastos obrigatórios com seguridade social, bem-estar juvenil e pessoal continuam a aumentar, enquanto, ao mesmo tempo, o número de casos tratados pelo escritório de bem-estar social explodiu. Todas as facções concordam: as cidades e os municípios estão à beira do colapso financeiro. Também está em debate que, no futuro, os governos federal e estadual não poderão repassar obrigações financeiras adicionais aos municípios que não sejam pagas ou que sejam pagas de forma insuficiente. No entanto, uma regulamentação urgentemente necessária para o alívio da dívida só pode ser decidida a nível federal, como Roland König (FDP) deixou claro.
Perspectivas europeias e desafios locais
A situação financeira não é apenas um problema local. Num estudo abrangente do Conselho dos Municípios e Regiões da Europa, publicado em colaboração com a KDZ, foi examinada a situação das finanças municipais em 40 países. O estudo, intitulado “Finanças Locais e a Transição Verde”, revelou que as cidades e vilas da Europa tiveram um desempenho melhor do que o esperado, apesar dos enormes desafios colocados pelas crises financeiras e da COVID-19. Mais de três quartos dos gastos municipais entre 2010 e 2020 foram destinados a áreas essenciais da vida, como educação e serviços sociais. O que é surpreendente é que as autoridades locais financiam mais de metade de todos os investimentos públicos, embora representem apenas um quarto da despesa total. Isto sublinha o papel central que os municípios desempenham na manutenção dos serviços públicos e na proteção do clima.
Apesar da dívida estável a nível local, o estudo mostra também que em muitos países europeus a autonomia financeira dos municípios está a ser restringida. Particularmente em países como a Hungria e a Espanha, a percentagem de despesas subnacionais nas despesas das administrações públicas diminuiu. Há também motivos de preocupação na Áustria, uma vez que os municípios gozam de uma autonomia financeira abaixo da média em comparação com outros países europeus. Estas conclusões poderão proporcionar um impulso importante à discussão sobre o fortalecimento das finanças municipais na Alemanha e na Áustria, a fim de continuarem a ser capazes de agir no futuro e permitir os investimentos necessários.
Saarbrücker Zeitung relatou sobre a elevada carga financeira sobre os municípios durante o Conselho dos Municípios e Regiões Europeias publicou o seu importante estudo sobre as finanças municipais na Europa.