Famílias israelenses passam noites inseguras em abrigos antiaéreos
Famílias israelitas passam noites inseguras em bunkers à medida que aumenta o conflito com o Irão. Apesar da ameaça, tentam manter uma aparência de normalidade e proteger as crianças.

Famílias israelenses passam noites inseguras em abrigos antiaéreos
Tel Aviv, Israel - Nas últimas três noites em Israel, sirenes alertando sobre a chegada de fogo levaram as pessoas a abrigos. Isto surge na sequência da escalada de ataques entre o Irão e Israel. Os israelitas são forçados a preparar-se para possíveis estadias de longo prazo nestes quartos, depois de anos a serem tratados como meros depósitos.
Preparativos para emergências
No centro de Israel, Rivi Ginzburg preparou dois colchões para os seus três netos no abrigo, complementados com brinquedos e livros para colorir. “Simplesmente não sabemos o que vai acontecer”, disse ela à CNN. “Os preparativos indicam que teremos que ficar aqui mais tempo, por isso conseguimos lanche, água e o mais importante, tudo para as crianças”.
Uma sensação de insegurança
Este sentimento de incerteza está actualmente a afectar famílias em todo o país. À medida que Israel continua os seus ataques ao Irão, o Irão sublinhou que a retaliação não irá cessar. Durante horas em frente à televisão e acompanhando as últimas notícias no celular, a família de Ginzburg se preparou para mais uma noite de correria entre os quartos e o abrigo.
O desafio da vida cotidiana
“Você pode rir quando está em casa com as crianças e a família”, explicou Ginzburg. “A situação não é nada engraçada, mas é preciso manter a normalidade.” Contudo, os abrigos não oferecem proteção absolutamente segura. Um míssil balístico iraniano atingiu um abrigo em Petah Tikva na manhã de segunda-feira, matando pessoas no abrigo, informou o tenente-coronel Tali Versano Eisman, do Comando de Segurança Interna de Israel.
Juntos na crise
“Houve um impacto direto na parede do abrigo”, disse Eisman. Mas as pessoas nas salas acima e abaixo permaneceram ilesas. No entanto, o abrigo continua sendo o melhor e mais seguro lugar para se estar.” Num edifício residencial em Rehovot, Mor Moria Shipony tenta esconder o seu stress dos seus três filhos. “Não há saída, nenhum lugar para ir”, disse ela à CNN. Quando as sirenes forçam os moradores a entrar no antigo abrigo, Shipony acessa sua mochila de sobrevivência cheia de carregadores, água e lanches e leva a família para baixo. Com 30 pessoas a sala rapidamente fica quente e apertada.
Frustração e incerteza
“As crianças perguntam quando tudo isso vai acabar e eu simplesmente não tenho as respostas”, diz Shipony. "É frustrante. Não posso garantir que tudo ficará bem. Há um limite para o que posso fazer, como acordá-los à noite e levá-los para o abrigo." Ela tentou explicar à sua família a ameaça existencial que Israel vê no Irão, mas admitiu que é difícil. “É muito difícil não trazer as nossas opiniões políticas para esta situação enquanto o nosso primeiro-ministro quer sobreviver politicamente”, acrescentou.
O caminho para a segurança
Noy Bitan, uma estudante da Universidade Hebraica, deixou a sua casa em Jerusalém para ir viver com os seus pais em Ashdod, uma cidade costeira a cerca de 32 quilómetros a norte de Gaza. O apartamento dela não tem abrigo, então ela tem que caminhar até o abrigo compartilhado que liga a casa dos pais à dos vizinhos. O abrigo, que tem “apenas alguns metros quadrados”, oferece espaço para 10 pessoas, mas apenas quatro cadeiras. Quem carrega um filho tem lugar, diz Bitan.
“Todos tentam manter a calma”, acrescentou Bitan, “e geralmente conseguimos”.