Gaza: Mapas e gráficos após 15 meses de guerra
Um olhar sobre Gaza 15 meses após o início da guerra: mapas e diagramas mostram os efeitos devastadores, a crise humanitária e as infra-estruturas deficientes no actualmente frágil processo de paz.
Gaza: Mapas e gráficos após 15 meses de guerra
Um frágil acordo de reconciliação entre Israel e o Hamas entrou em vigor no domingo, apelando à suspensão dos combates durante as primeiras seis semanas, à libertação escalonada de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos e a um influxo de ajuda para Gaza. O cessar-fogo trifásico suscitou esperanças cautelosas quanto ao fim da guerra.
Destruição e crise humanitária em Gaza
Os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde os ataques liderados pelo Hamas em 7 de Outubro causaram danos devastadores na região. Grupos de ajuda alertam que a reconstrução de infra-estruturas críticas, incluindo escolas, hospitais, instalações de água e de saúde, levará anos.
O triste recorde de vítimas civis
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, outras 11 mil pessoas estão desaparecidas – presumivelmente desaparecidas ou ainda escondidas sob os escombros. Os estudos actuais sugerem que o número de mortos pode ser significativamente superior às estimativas actuais. Um estudo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, publicado este mês na revista Lancet, descobriu que a Autoridade de Saúde Palestina subestimou a taxa de mortalidade em cerca de 41%. Em Outubro de 2024, o número de habitantes de Gaza mortos na violência foi estimado em mais de 70.000.
Desafios económicos e sociais
Os ataques aéreos israelitas reduziram a maior parte de Gaza a escombros, sendo a Cidade de Gaza a que sofreu os maiores danos. Segundo as Nações Unidas, cerca de 436 mil unidades habitacionais foram danificadas ou destruídas. Cerca de 1,9 milhões de palestinos – cerca de 90% da população – estão deslocados internamente, segundo a ONU. Muitas pessoas em Gaza foram deslocadas diversas vezes – algumas até dez vezes.
Ordens de evacuação e a realidade no local
Segundo a ONU, as forças israelenses emitiram regularmente ordens de evacuação de uma área perigosa para outra. Muitas vezes, estes eram distribuídos através de lançamentos aéreos - um método descrito pela Amnistia Internacional como "não um aviso eficaz aos civis".
Situação humanitária e acesso aos alimentos
Muitas pessoas em Gaza têm tido grandes dificuldades no acesso aos alimentos há mais de um ano. Antes da guerra, Gaza era largamente auto-suficiente na produção de alimentos frescos. As operações militares de Israel danificaram ou destruíram até 96% das operações agrícolas, incluindo quintas e pomares.
Desafios para a ajuda humanitária
A ONU informou em Novembro que as pessoas estão “efectivamente a morrer de fome à medida que o conflito continua e as organizações humanitárias são impedidas de fornecer ajuda”. Antes da guerra, uma média de 500 camiões por dia passavam pela fronteira de Gaza. Em contraste, apenas 2.205 camiões de ajuda chegaram a Gaza no mês passado.
Colapso do sistema de saúde em Gaza
O sistema de saúde em Gaza está no fim. Antes de outubro de 2023, havia 36 hospitais em funcionamento na região; agora nenhum deles está totalmente funcional. O padrão de ataques de Israel levou o sistema de saúde à beira do colapso total, segundo um relatório da ONU. Até à data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) verificou 654 ataques a instalações de saúde em Gaza, resultando em 886 mortes e 1.349 feridos.
A situação em Gaza continua tensa e requer atenção e apoio internacionais urgentes.