Trump irritado: Supremo Tribunal impede deportações – o que isso significa para os EUA?
O artigo destaca as reações de Trump à decisão da Suprema Corte dos EUA de impedir as deportações de imigrantes venezuelanos e discute a controversa Lei dos Inimigos Estrangeiros.

Trump irritado: Supremo Tribunal impede deportações – o que isso significa para os EUA?
Em 16 de maio de 2025, a Suprema Corte dos EUA tomou uma decisão importante que reacende o debate sobre a aplicação da Lei dos Inimigos Estrangeiros e a base legal para as deportações de imigrantes. A decisão, que mantém a suspensão temporária das deportações, foi duramente criticada pelo presidente Trump. Trump expressou indignação nas redes sociais e queixou-se de que o tribunal não permitiu que “criminosos fossem retirados do país”. Apenas dois dos seis juízes conservadores votaram contra a decisão do tribunal.
A utilização da Lei dos Inimigos Estrangeiros, uma lei que remonta a 1798, foi invocada pela administração Trump para deportar rapidamente alegados membros do gangue venezuelano Tren de Aragua. Entretanto, os advogados argumentaram que as deportações deveriam ser suspensas enquanto o processo estava em curso porque o governo deportou muitos homens sem revisão judicial. O Supremo Tribunal deixou claro que o governo pode continuar a realizar deportações ao abrigo de outras disposições da lei de imigração dos EUA, mas decidiu que as questões jurídicas seriam encaminhadas para um tribunal federal de recurso.
Antecedentes das deportações
A administração Trump deportou nos últimos meses centenas de imigrantes para El Salvador que o governo diz serem membros do Trem de Aragua, que as autoridades dos EUA designam como uma organização terrorista estrangeira. As deportações foram recebidas com fortes críticas e disputas legais. Um tribunal distrital já havia bloqueado temporariamente as deportações e exigido o regresso dos migrantes deportados. Segundo o tribunal, as autoridades realizaram as deportações sem seguir um procedimento regular e sem informar adequadamente os detidos, levantando sérias preocupações sobre o Estado de direito.
A Agência de Imprensa Alemã informa que o Departamento do Tesouro dos EUA designou o gangue como organização criminosa transnacional em Julho de 2024, e o Departamento de Estado prosseguiu com a avaliação do terrorismo em Fevereiro. Até 15 de Março deste ano, foram divulgados 238 nomes de deportados, com pelo menos 137 deportados ao abrigo da Lei dos Inimigos Estrangeiros. O Juiz Distrital James Boasberg expressou preocupação sobre o sigilo das deportações, observando que tais acções levantam questões jurídicas fora de um contexto de guerra.
A Lei dos Inimigos Alienígenas na História
A Lei dos Inimigos Estrangeiros é uma das leis mais controversas da história dos EUA. Originalmente introduzido em 1798 durante uma guerra não declarada com a França, desde então tem sido usado em vários conflitos, incluindo a Guerra Britânico-Americana, a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. Historicamente, a lei tem sido frequentemente aplicada de forma discriminatória contra certas nacionalidades. Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, 120.000 nipo-americanos, muitos deles cidadãos dos EUA, foram internados no que mais tarde foi reconhecido como uma reacção exagerada de motivação racial.
No clima actual, Trump baseia-se nesta legislação para justificar as suas agressivas políticas de imigração, parte da sua promessa de campanha de “expulsar milhões de imigrantes indocumentados”. No entanto, os especialistas salientam que a aplicação da Lei dos Inimigos Estrangeiros é problemática, uma vez que os EUA não estão em guerra com a Venezuela e criticam a violação associada dos direitos dos indivíduos, independentemente da sua nacionalidade ou etnia.
Os desenvolvimentos dos últimos dias mostram quão fundamental é o debate sobre imigração e segurança nacional nos EUA. As próximas etapas legais serão cruciais para determinar que medidas adicionais o governo pode tomar e como o Supremo Tribunal responderá a esta questão complexa.