Equador elege novo presidente após violência e cortes de energia
O Equador elege um novo presidente em meio a uma crise de segurança marcada por violência e cortes de energia. Quem superará os desafios da nação?
Equador elege novo presidente após violência e cortes de energia
Os eleitores do Equador enfrentam o desafio de eleger um novo presidente pela segunda vez em 18 meses. Isto surge no contexto de uma crise de segurança sem precedentes no país. O atual presidente Daniel Noboa, filho de um magnata das bananas, foi eleito em 2023 para encerrar o mandato do seu antecessor Guillermo Lasso, que renunciou, dissolveu o parlamento e desencadeou novas eleições para evitar o impeachment.
Quem é Daniel Noboa?
O empresário Noboa, de 37 anos, foi o candidato surpresa nas eleições de 2023 e venceu a rival Luisa González no segundo turno. Durante a campanha eleitoral, ele tentou se apresentar como um “liberal de esquerda”, mas durante seu curto período no cargo assumiu uma postura dura em relação ao crime.
Noboa declarou vários estados de emergência durante o seu mandato, enviou unidades militares para as ruas para combater a actividade de gangues e iniciou a construção de uma nova prisão de segurança máxima depois de um notório líder criminoso ter escapado da custódia. “Declarei guerra aos terroristas”, disse Noboa numa entrevista recente à CNN. “Não se trata de gangues convencionais, mas de grupos terroristas bem organizados e estruturados que aterrorizam regiões inteiras.”
A competição política
Nas eleições de domingo, Noboa enfrentará o político de esquerda González e outros 14 candidatos. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos ou se a diferença entre os dois candidatos mais populares for superior a 10%, a eleição irá para um segundo turno em abril.
González, próximo do ex-presidente de esquerda Rafael Correa, prometeu combater o tráfico de drogas tão vigorosamente quanto Noboa. Ela pede a abolição da agência SNAI, que supervisiona o sistema prisional, e quer investir em tecnologia de reconhecimento facial para reduzir as violações da lei. Também planeia restaurar o Ministério da Justiça, que o Equador dissolveu em 2018 para reduzir os gastos públicos.
O aumento da violência no Equador
O Equador tornou-se um importante centro de tráfico de cocaína, o que levou a uma crise de segurança contínua. Relatórios e relatórios da ONU indicam que o Equador está localizado entre os dois maiores produtores de drogas, Peru e Colômbia. A violência aumentou acentuadamente desde 2021, com a taxa de homicídios três vezes superior, embora o governo tenha relatado um declínio de 16,5% nos casos de homicídio em 2024. Organizações criminosas e gangues locais estiveram envolvidas em corrupção e extorsão e ameaçaram actores políticos.
Desafios econômicos
Além da crise da criminalidade, a seca causada pelo fenómeno El Niño também afectou gravemente as centrais hidroeléctricas do país, provocando escassez de energia. Para reduzir o consumo de eletricidade, o governo organizou vários apagões que duraram até 14 horas. Estes cortes de energia ocorreram no meio de uma situação económica tensa, em que mais de metade dos empregos do Equador são informais e não regulamentados. Especialistas alertam que o próximo presidente terá a difícil tarefa de estabilizar uma situação económica que está à beira do colapso.
As eleições presidenciais no Equador são, portanto, caracterizadas por sérios desafios políticos internos que têm dimensões políticas e económicas de segurança. As próximas decisões dos eleitores poderão ser decisivas para o futuro do país.