Casal acusado de ter relacionamento ilegal – comunidade os matou

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Um casal foi assassinado no Paquistão, supostamente por ordem de um ancião tribal devido a um relacionamento “ilegítimo”. Os detalhes chocantes de outro crime de honra.

Ein Paar wurde in Pakistan angeblich im Auftrag eines Stammesältesten aufgrund einer "illegitimen" Beziehung ermordet. Die schockierenden Details eines weiteren Ehrenmordes.
Um casal foi assassinado no Paquistão, supostamente por ordem de um ancião tribal devido a um relacionamento “ilegítimo”. Os detalhes chocantes de outro crime de honra.

Casal acusado de ter relacionamento ilegal – comunidade os matou

A polícia paquistanesa fez várias detenções depois de um casal ter sido alegadamente assassinado à luz do dia por ordem de um ancião tribal por ter uma relação “ilícita”. Este incidente é outro exemplo dos chamados “crimes de honra” no Paquistão.

Realidade perturbadora dos crimes de honra

Os assassinatos do mês passado na província do Baluchistão, no sudoeste, realçam a natureza chocante e persistente de tais crimes em partes da Ásia Central e do Sul. Muitas vezes, os membros da família e da comunidade acreditam que podem restaurar a “honra” através do derramamento de sangue.

Prisões e gravações de vídeo

De acordo com o ministro-chefe do Baluchistão, Safraz Bugti, pelo menos 11 pessoas foram presas depois que um vídeo do incidente se tornou viral recentemente nas redes sociais. A filmagem gráfica mostra um grupo de homens cercando vários veículos em uma paisagem desértica.

Em um vídeo, uma mulher com a cabeça enrolada em um lenço pode ser vista caminhando lentamente na frente de um dos veículos, seguida por um homem enquanto o grupo observa. “Você só pode atirar em mim, nada mais”, pode ser ouvido na língua Brahvi local, antes que o homem levante uma pistola e atire nela à queima-roupa. A mulher ainda estava de pé após dois tiros e só desmaiou após o terceiro tiro. O vídeo então mostra mais fotos.

As circunstâncias do crime

Outro vídeo mostra os corpos ensanguentados de um homem e uma mulher deitados um ao lado do outro. A CNN não pode confirmar de forma independente a autenticidade dos vídeos, mas a polícia disse acreditar que as imagens mostram o assassinato, que agora está sob investigação.

As vítimas foram mortas porque supostamente mantinham um relacionamento considerado “ilícito” por um líder tribal local. Diz-se que o Führer proferiu uma sentença para a execução dos dois.

A extensão dos crimes de honra no Paquistão

Os crimes de honra são alarmantemente comuns no Paquistão, com centenas de casos relatados todos os anos. No entanto, os especialistas acreditam que o número real é muito maior devido à subnotificação. Estes assassinatos são normalmente cometidos por familiares ou entes queridos da aldeia que acreditam que um familiar, muitas vezes uma mulher, trouxe “desgraça” à família – por vezes por razões aparentemente tão inócuas como a intenção de casar por amor ou de divórcio.

Estruturas patriarcais e suas consequências

Normas patriarcais profundamente enraizadas que equiparam a honra familiar ao comportamento das mulheres, bem como a aceitação cultural e a fraca aplicação da lei, permitem que os perpetradores atuem quase impunemente.

Nos últimos anos, numerosos crimes de honra de grande repercussão no Paquistão chegaram às manchetes e suscitaram condenação nacional e internacional. Um exemplo é o assassinato do ícone da mídia social Qandeel Baloch em 2016 por seu irmão, que é considerado um crime de honra. Baloch alcançou fama e controvérsia no Paquistão conservador e patriarcal através de suas postagens ousadas, provocativas e cada vez mais políticas nas redes sociais.

Mudanças na lei e seus efeitos

Seu assassinato gerou protestos nacionais e incentivou mudanças nas chamadas leis de “crimes de honra” do país. Os crimes de honra são agora puníveis com prisão perpétua, mas a mudança na lei não impediu os crimes.

Pelo menos 335 mulheres e 119 homens foram mortos nos chamados “crimes de honra” no ano passado, segundo dados da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP). O ministro-chefe do Baluchistão, Bugti, descreveu o último suposto assassinato como “intolerável” e uma “violação flagrante dos valores sociais e da dignidade humana”.