Governo húngaro restringe parada do Orgulho LGBT por razões de proteção infantil

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O governo húngaro restringe a Parada do Orgulho de Budapeste, citando a “proteção infantil”. Os críticos alertam para um ataque aos direitos LGBTQ+ e à dignidade humana.

Governo húngaro restringe parada do Orgulho LGBT por razões de proteção infantil

O governo húngaro está a intensificar as suas medidas contra a parada anual do Orgulho de Budapeste, que se realiza há quase 30 anos. O Ministro de Estado Gergely Gulyas explicou que o desfile não deveria “dominar o espaço público”, citando supostas questões de “proteção infantil”.

Ações governamentais e mudanças constitucionais

Gulyas falou num evento informativo do governo e também anunciou mudanças na constituição húngara. A definição de género deveria agora incluir “biologicamente masculino ou feminino” e deveria ser consagrado na lei que “o direito da criança ao desenvolvimento físico, mental e moral prevalece sobre todas as outras considerações”. Antes do desfile deste ano, Gulyas expressou que o Orgulho deste ano deveria acontecer em um “espaço fechado” em vez de marchar pelas ruas do centro da cidade de Budapeste.

Reações da comunidade LGBTQ+

Comentando a decisão, Neela Ghoshal, diretora sênior de direito, política e pesquisa da organização LGBTQ+ Outright International, disse: “A ideia de forçar o Orgulho a um espaço fechado zomba do conceito de Orgulho”. Ela descreveu as reivindicações de protecção da criança como “puras mentiras” destinadas a manipular o público e sacrificar os direitos humanos para todos.

Restrições históricas aos direitos LGBTQ+ na Hungria

O governo Orban há muito que invoca a protecção das crianças para minar os direitos LGBTQ+ no país. Em 2020, a adoção pelo mesmo sexo tornou-se prática em Budapeste proibido. Orbán disse na altura que a medida fortaleceria “a protecção das famílias húngaras e a segurança dos nossos filhos”.

Um ano depois, seguiu-se uma lei que proibia a distribuição de conteúdos sobre mudanças de género ou homossexualidade a menores de 18 anos. A Comissão Europeia concluiu que esta lei viola “uma série de regras da UE” e viola “a dignidade humana, a liberdade de expressão e a liberdade de informação”.

A luta pelos direitos humanos continua

Em 2022, a Comissão abriu um processo contra a Hungria porque a proibição “discrimina as pessoas com base na sua orientação sexual e identidade de género”. No seu Discurso de Estado para a nação no sábado, Orban sublinhou que a Hungria “não deve ceder – não devemos parar de proteger os nossos filhos” e aconselhou os organizadores do Orgulho “a não se preocuparem em preparar o desfile, pois seria uma perda de tempo e dinheiro”.

A reação do Orgulho de Budapeste

Erklärung bekannt, dass sie bereits ihren 30. Pride-Marsch plant, der im Juni stattfinden soll. Die Organisatoren des Marschs sagten, dass die „Angriffe“ auf die LGBTQ+-Community durch die Mächtigen „nichts weiter als politisches Theater“ seien – die Regierungspartei nutze die LGBTQ-Community zu ihren eigenen Gunsten.

Apoio dos líderes da cidade

A assessoria de imprensa do prefeito de Budapeste, Gergely Karácsony, disse que para ele era “natural e natural apoiar o Orgulho”. Para ele, o compromisso com o Orgulho é ao mesmo tempo uma convicção e um dever como prefeito de uma cidade diversa e livre. Karácsony participará de uma reunião previamente agendada com os organizadores do Orgulho de Budapeste na sexta-feira, dizendo que a reunião adquiriu “um novo significado dada a situação atual”.

Faça uma declaração forte

O slogan da marcha deste ano é “Estamos em casa”. Os organizadores sublinharam que houve “inúmeras” tentativas de proibir a marcha ao longo dos anos, todas elas falhadas. “Em última análise, o Orgulho é uma manifestação, seja com vinte ou dezenas de milhares de pessoas, e isso vai acontecer”, disse o comunicado. “Não estamos apenas a lutar pela Marcha do Orgulho de Budapeste ou pela comunidade LGBTQ – estamos a lutar pelo direito de todos os húngaros de protestar, expressar as suas opiniões e defender-se.”