Polónia em crise: o país está a tremer antes do próximo ataque de Putin?
As preocupações da Polónia sobre a agressão da Rússia após o cessar-fogo: estratégia dos EUA, rearmamento da UE e próximas eleições em foco.
Polónia em crise: o país está a tremer antes do próximo ataque de Putin?
No meio das tensões crescentes na Europa, Paweł Kowal, presidente da comissão de política externa do parlamento polaco, manifesta preocupação com uma possível agressão russa. Depois de um cessar-fogo recentemente alcançado, Kowal vê a Polónia na “mira” da Rússia de Putin, que é responsabilizada pela fracassada subjugação da Ucrânia. O político polaco alerta contra ações provocativas nas fronteiras com a Bielorrússia e a Rússia e sublinha a necessidade de reforçar a defesa europeia.
Kowal sublinha que os EUA querem impedir uma Rússia em desintegração, a fim de evitar a desestabilização na região. Os investidores americanos consideram o leste da Polónia uma região de risco, o que Kowal vê como outra razão para a necessidade de um sistema de defesa robusto. Apesar do rearmamento planeado, está céptico em relação ao pacote de rearmamento da UE de 800 mil milhões de euros, que estabelece o tempo e o quadro financeiro para os investimentos necessários em tecnologias militares modernas.
UE reforça defesa contra a Rússia
A UE está a responder à crescente ameaça da Rússia e ao papel incerto dos EUA na NATO com um novo documento estratégico. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou uma iniciativa que visa aumentar significativamente a capacidade de defesa da UE até 2030. Nos próximos quatro anos, serão mobilizados 800 mil milhões de euros para sistemas de armas modernos, sendo que 65 por cento de todos os componentes terão de provir da UE. Pretende-se com isso reduzir a dependência de fornecedores externos, especialmente dos EUA.
Contudo, alguns países da Europa Oriental, incluindo a Polónia, temem que estes requisitos possam atrasar a aquisição de armas e torná-la mais cara. O primeiro-ministro Donald Tusk opôs-se a tais restrições, enquanto os críticos alertam que os requisitos podem aumentar a burocracia e atrasar a aquisição das armas necessárias.
Ameaça da Rússia e estratégias de segurança
A nova estratégia de defesa da UE é vista como uma resposta às ambições territoriais da Rússia. As agências de inteligência europeias acreditam que é provável que a Rússia possa testar o compromisso de assistência da NATO até 2030, se continuar a ter sucesso na Ucrânia. Kaja Kallas, chefe da política externa da UE, destaca que a defesa não tem sido uma prioridade na última década e que há necessidade de ação por parte da UE.
O Livro Branco sobre a Capacidade de Defesa da UE apela não só a uma reforma fundamental das estruturas militares, mas também a uma intensificação do apoio militar à Ucrânia. As medidas planeadas incluem a utilização de dois milhões de munições de artilharia por ano e vários sistemas antiaéreos. O objectivo é fortalecer a Ucrânia como linha da frente da política de segurança e defesa da UE!
Kowal está optimista em relação às próximas eleições presidenciais polacas, a 18 de Maio, e espera uma vitória do candidato governamental Rafal Trzaskowski. No entanto, ele também teme que uma possível vitória do candidato da oposição Karol Nawrocki possa desestabilizar a coligação. Isto poderá afectar futuros esforços europeus para reforçar a política de defesa.
Neste cenário geopolítico tenso, é claro que o desenvolvimento militar da UE e a robustez das forças armadas nacionais na Polónia e noutros países da Europa Oriental são cruciais para enfrentar os desafios colocados pela Rússia.
A situação permanece tensa à medida que a UE e os seus Estados-Membros continuam a trabalhar numa estratégia coerente de defesa e segurança face à agressão russa.