Defesa da Áustria: a UE está a armar-se – o que isso significa para nós?
Os deputados austríacos debatem a capacidade de defesa e a neutralidade da UE no contexto dos desafios geopolíticos.
Defesa da Áustria: a UE está a armar-se – o que isso significa para nós?
A discussão sobre a capacidade de defesa da Áustria na UE está a ganhar impulso. Num evento organizado pela Sociedade Austríaca para a Política Europeia (ÖGfE), os deputados afirmaram que a adesão à NATO pode já não ser realista. O deputado do ÖVP, Lukas Mandl, enfatizou que o papel da NATO tinha sido enfraquecido e a segurança na Europa já não podia ser garantida. Andreas Schieder, do SPÖ, também expressou preocupação porque considera inútil aderir à NATO na situação actual, especialmente devido à atitude desestabilizada do Presidente dos EUA, Donald Trump. Ele vê o presidente russo, Vladimir Putin, e outros intervenientes como uma ameaça à democracia na Europa, sublinhando a urgência de uma defesa liderada pela UE.
Aumento dos gastos e resposta com defesa
Vários partidos, incluindo o NEOS e os Verdes, apelaram a um debate intensivo sobre a neutralidade da Áustria e a necessidade de reforçar as capacidades de defesa. Mandl destacou que a UE planeia investir até 800 mil milhões de euros na defesa nos próximos anos, o que é visto como um reforço maciço da arquitectura de segurança europeia. Ao mesmo tempo, foi sublinhado o perigo de que influências externas, especialmente da Rússia, como no caso da desinformação, pudessem pôr em perigo a estabilidade. A eurodeputada do NEOS, Anna Stürgkh, sublinhou a necessidade de repensar a neutralidade, uma vez que o ambiente atual obriga a UE a assumir maior responsabilidade para garantir a segurança.
Como Político relatado, a situação é ainda mais complicada pela crescente incerteza sobre a OTAN e pelo declínio do foco militar dos EUA na Europa. Existe um sentimento de urgência, uma vez que a UE precisa de repensar as suas estratégias de defesa para evitar tornar-se dependente de intervenientes externos. Há também vozes notáveis que apelam ao fim da dependência política e de atitude da Europa em relação aos EUA. A UE enfrenta o desafio de expandir as suas capacidades de defesa e de garantir que está preparada para enfrentar ameaças futuras, preservando simultaneamente os valores democráticos que procura proteger.