ONU: Mais de 700 mortos em cinco dias de combates no Congo

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Em apenas cinco dias, mais de 700 mortos e 2.800 feridos em combates no leste da RD Congo. A situação humanitária em Goma está a piorar. São necessárias medidas urgentes para proteger os civis.

ONU: Mais de 700 mortos em cinco dias de combates no Congo

Mais de 700 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas nos últimos cinco dias no leste da República Democrática do Congo (RDC), desde que os combates se intensificaram em 26 de janeiro, informou na sexta-feira o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric.

Grave crise humanitária em Goma

“A OMS (Organização Mundial da Saúde) e os seus parceiros realizaram uma avaliação com o governo entre o dia 26 e ontem e reportam 700 mortes e 2.800 feridos”, explicou Dujarric, salientando que estes números deverão aumentar. “As organizações humanitárias em Goma continuam a avaliar a situação, particularmente no que diz respeito ao saque generalizado de armazéns e escritórios das agências humanitárias”, acrescentou.

Controle rebelde e respostas militares

Goma, a maior cidade da província de Kivu do Norte, no leste da RDC, caiu sob o controlo da coligação rebelde AFC/M23 na segunda-feira, disseram os rebeldes à CNN. Esta é a mais recente de uma série de conquistas territoriais do grupo nas últimas semanas. O governo congolês, que acusa o Ruanda de apoiar o M23, não confirmou a tomada de Goma pelos rebeldes, mas reconheceu que a cidade está sitiada.

Reações políticas e situação de segurança

Na quarta-feira, o presidente congolês, Felix Tshisekedi, prometeu uma “resposta vigorosa e coordenada” contra a aliança rebelde que sitiou áreas do leste rico em minerais do país e forçou centenas de tropas locais a renderem-se. Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral para operações de paz, disse aos jornalistas na sexta-feira que “a situação em Goma continua tensa” com “trocas de tiros ocasionais”, mas que “a calma geral está gradualmente a regressar”.

A situação humanitária está piorando

Ele também alertou que os rebeldes estão a cerca de 60 quilómetros a norte de Bakavu, outra cidade importante, e “parecem estar a mover-se bastante rapidamente”. Os especialistas alertaram repetidamente que o caos do conflito deixaria os civis em Goma com falta de necessidades básicas e com um risco aumentado de propagação de doenças.

Escassez de água e riscos para a saúde

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) observou na sexta-feira que o acesso à água potável está perturbado em Goma, “forçando as pessoas a usar água não tratada do Lago Kivu, com todos os riscos que isso implica”, disse Dujarric. Ele acrescentou: “Sem medidas urgentes, o OCHA alerta que o risco de surtos de doenças relacionadas com a água continuará a aumentar”.

Este relatório também foi apoiado por Nimi Princewill da CNN.