Dinamarca liberta ativista anti-caça Watson e rejeita extradição para o Japão
A Dinamarca libertou o activista anti-caça às baleias Paul Watson e rejeitou o pedido de extradição do Japão. Watson expressa alívio e volta para seus filhos antes do Natal.

Dinamarca liberta ativista anti-caça Watson e rejeita extradição para o Japão
COPENHAGUE, Dinamarca (AP) – A Dinamarca libertou o ativista anti-caça às baleias Paul Watson da prisão na terça-feira, rejeitando um pedido japonês para a sua extradição por acusações criminais que remontam a mais de uma década.
Antecedentes da prisão de Paul Watson
O americano-canadense Watson, de 74 anos, é o fundador da organização ambientalista Sea Shepherd e da Fundação Capitão Paul Watson. Ele foi libertado em Nuuk, capital da região autônoma dinamarquesa da Groenlândia. Watson foi preso em julho, quando seu navio atracou na Groenlândia.
As reações de Watson ao lançamento
Após sua libertação, Paul Watson disse à Reuters: "Estou obviamente aliviado, especialmente porque isso significa que posso voltar para casa, para meus filhos, antes do Natal". Ele acrescentou: "Não vejo meus filhos desde junho. O apoio aqui na Groenlândia tem sido incrível. Recebi mais de 4 mil cartas de apoio, incluindo cerca de uma dúzia de apoiadores do Japão."
Decisão do judiciário dinamarquês
O Ministério da Justiça dinamarquês explicou que a decisão se baseou numa avaliação global que teve em conta, entre outras coisas, a antiguidade do processo e, em particular, a incerteza quanto à possibilidade de o tempo passado sob custódia na Gronelândia poder ser deduzido de uma possível sentença definitiva no Japão.
O Ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, disse em comunicado: “Com base na correspondência com as autoridades japonesas, o Ministério do Direito assume que não pode ser assumido com a certeza necessária que este será o caso”.
Alegações japonesas contra Watson
O Japão emitiu um mandado de prisão internacional para Watson, acusando-o de arrombar um navio japonês no Oceano Antártico em 2010, interrompendo as operações comerciais e causando ferimentos e danos materiais.
Um porta-voz da embaixada japonesa em Copenhague não quis comentar. O Ministério das Relações Exteriores do Japão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Suporte para Watson
A advogada de Watson, Julie Stage, disse estar satisfeita com a decisão: “Achamos que demorou muito, mas o mais importante é que termine com a decisão certa”. Watson conta com forte apoio na França, onde vive com sua família desde 2023. A campanha para sua libertação recebeu apoio do presidente Emmanuel Macron e da atriz Brigitte Bardot.
Reação emocional dos apoiadores
Lamya Essemlali, chefe da Sea Shepherd França, que visitou Watson detido na Groenlândia, disse que a notícia a surpreendeu: "Quando recebi a notícia, mal conseguia pensar, para ser honesto. Apenas pulei nas minhas roupas e dirigi até a prisão. Acho que ainda não percebi que ele saiu", disse ela.