Tribunal sul-coreano rejeita pedido de libertação do presidente acusado de impeachment

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Um tribunal sul-coreano rejeitou um pedido de libertação do presidente acusado de impeachment, Yoon Suk Yeol. Ele é suspeito de ter violado a lei em conexão com o estado de emergência.

Tribunal sul-coreano rejeita pedido de libertação do presidente acusado de impeachment

Seul, Coreia do Sul (AP)– Os advogados do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, acusado de impeachment, não conseguiram na quinta-feira garantir sua libertação no tribunal. Isto aconteceu um dia depois de ele ter sido preso em casa por acusações revolucionárias ligadas à sua declaração de lei marcial no mês passado.

Prisão e ação legal

Yoon foi levado para um centro de detenção perto da capital Seul, após mais de 10 horas de interrogatório na quarta-feira, que ocorreu na sede do Gabinete de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários. Durante o interrogatório, ele exerceu o seu direito de permanecer calado. Na quinta-feira, Yoon recusou-se a responder a novas perguntas de autoridades anticorrupção enquanto seus advogados questionavam a legalidade da investigação.

Decisão judicial

Os advogados pediram ao Tribunal Distrital Central de Seul que revisse o seu mandado de prisão, emitido pelo Tribunal Distrital Ocidental de Seul. Mas o Tribunal Distrital Central rejeitou o pedido na noite de quinta-feira.

Investigações e crise política

Yoon ignorou repetidamente os pedidos de interrogatório da agência anticorrupção antes que a polícia lançasse uma operação de prisão em grande escala envolvendo centenas de policiais para detê-lo em sua residência em Seul. Nos próximos dias, os investigadores deverão solicitar um mandado de prisão contra ele.

A agência anticorrupção, que está investigando junto com a polícia e os militares se a declaração de lei marcial de Yoon poderia ser considerada uma tentativa de rebelião, tem 48 horas para solicitar um mandado de prisão judicial ou libertá-lo. Na quinta-feira, os seus advogados apresentaram formalmente uma queixa aos procuradores, dizendo que a operação de quarta-feira que levou à prisão de um chefe de Estado era ilegal.

Apoio público e crise política

Yoon não compareceu a uma audiência no Tribunal Distrital Central na quinta-feira que fazia parte da revisão de seu mandado de prisão devido a questões de segurança, segundo Seok Dong-hyeon, um dos advogados do presidente. Centenas de apoiadores de Yoon se reuniram durante horas nas ruas perto do tribunal e centro de detenção onde Yoon estava detido, agitando faixas e entoando slogans pedindo sua libertação.

Yoon desencadeou a pior crise política do país desde a democratização no final dos anos 1980, quando tentou quebrar um impasse legislativo em 3 de dezembro, declarando a lei marcial e mobilizando tropas em torno da Assembleia Nacional. O impasse durou apenas algumas horas antes que os legisladores conseguissem romper o impasse e revogar a medida.

O futuro de Yoon Suk Yeol

Os seus poderes presidenciais foram suspensos quando a assembleia dominada pela oposição votou a favor do seu impeachment em 14 de Dezembro, acusando-o de rebelião. Seu destino agora depende do Tribunal Constitucional, que decidirá se removerá formalmente Yoon ou rejeitará as acusações e o restaurará.

Yoon e seus aliados resistiram às investigações sobre seu papel no caos de 3 de dezembro. Durante semanas ele ignorou pedidos de interrogatório e permaneceu em sua residência oficial para evitar a prisão, enquanto seus advogados barraram o acesso da polícia, citando uma lei que protege locais potencialmente ligados a segredos militares de buscas sem o consentimento do responsável – o próprio Yoon.

Situação jurídica e possíveis penalidades

Yoon também resistiu a uma tentativa de prisão com a segurança presidencial isolando a residência. Ele acabou sendo levado sob custódia depois que centenas de investigadores anticorrupção e policiais realizaram uma operação no complexo presidencial durante cerca de cinco horas. Num discurso de vídeo gravado pouco antes da sua transferência para a sede da agência anticorrupção, Yoon lamentou que o “estado de direito neste país entrou em colapso total”. Ele repetiu os argumentos dos seus advogados de que a agência anticorrupção não tinha autoridade para investigar as suas ações, mas aceitou a prisão para evitar a violência.

O Tribunal Constitucional rejeitou um pedido dos advogados de Yoon para adiar uma audiência sobre o seu caso marcada para quinta-feira. Existe a possibilidade de Yoon exercer seu direito de participar, mesmo enquanto estiver sob custódia.

Se um tribunal emitir um mandado de prisão formal para Yoon, os investigadores anticorrupção podem prolongar a sua detenção por até 20 dias, durante os quais o caso será entregue aos promotores para revisão da acusação. Se os promotores acusarem Yoon de possíveis acusações, como rebelião e abuso de poder, ele poderá permanecer sob custódia até a primeira decisão judicial, que normalmente ocorre dentro de seis meses, disse Park Sung-bae, advogado especializado em direito penal. Segundo a lei sul-coreana, o líder de uma rebelião, se condenado, pode enfrentar a pena de morte ou prisão perpétua.