Os sucessos de Putin apresentam a Trump decisões difíceis

Transparenz: Redaktionell erstellt und geprüft.
Veröffentlicht am

Os sucessos de Putin deixam Trump com decisões difíceis. Após a cimeira no Alasca, surge a questão: Poderá Trump promover a paz na Ucrânia ou sucumbirá à influência da Rússia?

Putins Erfolge lassen Trump vor schwierigen Entscheidungen stehen. Nach dem Gipfel in Alaska stellt sich die Frage: Kann Trump den Frieden in der Ukraine fördern oder erliegt er Russlands Einfluss?
Os sucessos de Putin deixam Trump com decisões difíceis. Após a cimeira no Alasca, surge a questão: Poderá Trump promover a paz na Ucrânia ou sucumbirá à influência da Rússia?

Os sucessos de Putin apresentam a Trump decisões difíceis

O presidente russo, Vladimir Putin, conseguiu tudo o que esperava no Alasca, enquanto o presidente Donald Trump conseguiu pouco antes do tempo com base nas suas próprias métricas. A questão crucial agora é se Trump foi capaz de garantir um progresso moderado ou pelo menos lançar as bases para a segurança futura da Ucrânia se um tratado de paz com a Rússia for alcançado. Estes resultados não são imediatamente óbvios após a cimeira.

Desafios estratégicos para Trump

Apesar das afirmações de Trump de que fez “muitos progressos” e que a cimeira foi “10 em 10”, todos os sinais apontam para uma grande vitória do autocrata russo. A pomposa chegada encenada de Putin, acompanhada por saídas simultâneas dos jactos presidenciais e uma caminhada no tapete vermelho, representou um enorme impulso à imagem de um líder isolado no resto do Ocidente e que enfrenta acusações de crimes de guerra na Ucrânia.

No final da reunião, Trump tinha feito uma concessão significativa ao concordar com a posição da Rússia de que as negociações de paz deveriam centrar-se num acordo de paz final – que poderia levar meses ou anos – em vez de um cessar-fogo imediato para parar a ofensiva russa. Como observou o repórter da CNN Nick Paton Walsh, isto dá a Putin mais tempo para desgastar a Ucrânia.

As implicações geopolíticas

Mais importante ainda, Trump recuou, pelo menos por agora, das ameaças de impor novas sanções duras à Rússia e de sanções secundárias contra nações que compram petróleo russo. Ele fez as ameaças depois de ficar frustrado com a intransigência de Putin e sentir cada vez mais que o líder russo o estava enganando.

Embora esta pressão possa ter levado Putin ao Alasca, Trump parece ter recebido pouco em troca. Numa entrevista à Fox News após a cimeira, Trump disse: “Por causa do que aconteceu hoje, não creio que precise de pensar nisso agora”.

Jogos de poder dramáticos

A reunião começou com um bombardeiro stealth B-2 e caças F-22 sobrevoando dramaticamente o local, numa demonstração da força dos EUA. Mas Putin superou esse símbolo com as palavras “Boa tarde, querido vizinho”, sugerindo que os dois países tinham interesses mútuos importantes e imediatos que não deveriam ser perturbados por uma guerra distante na Europa.

Para os ucranianos e os seus aliados europeus que foram deixados de fora da reunião e posteriormente informados por Trump, houve pelo menos um momento de alívio por Trump não ter sacrificado Kiev. O facto de não ter resultado uma troca de terras EUA-Rússia no Alasca é um sucesso para a diplomacia europeia antes da cimeira.

Outras estratégias de Trump

Antes da cimeira, Trump reprimiu os cuidadosos esforços da sua equipa para moderar as expectativas, dizendo à Fox News: “Não ficarei feliz se partir sem alguma forma de cessar-fogo”. O fracasso em atingir esse objetivo é crucial.

A Ucrânia sofre anos de ataques russos de drones e mísseis contra civis enquanto uma geração sangra até à morte num campo de batalha semelhante ao da Primeira Guerra Mundial. As negociações de paz sem cessar-fogo deixam a Ucrânia aberta à pressão da Rússia ou dos EUA. A ânsia de Trump em trazer a paz à Ucrânia é louvável, mesmo que os seus apelos públicos à atribuição do Prémio Nobel da Paz levantem questões sobre os seus motivos finais.

O caminho a seguir

Trump tem a oportunidade de acreditar no plano russo para conversações sobre um acordo de paz final. A história mostra que isto não será cumprido rapidamente ou a longo prazo pelos russos. Ele espera uma cimeira tripartida entre ele, Putin e Zelensky, que satisfaça a sua necessidade de espectáculo e de grandes eventos. Mas tendo em conta as provas de que a Rússia não está interessada em acabar com a guerra, continua a não ser claro como é que tais conversações poderão levar a avanços.

Existe também a possibilidade de Trump simplesmente perder a paciência ou o interesse nos detalhes de um processo de paz de longo prazo que não produz as vitórias rápidas que ele está a celebrar.

Um revés para a campanha de Trump ao Nobel

Donald Trump pode continuar a ser a melhor esperança para a paz na Ucrânia, especialmente porque pode falar directamente com Putin. Em última análise, o poder dos EUA será necessário para garantir a segurança da Ucrânia, uma vez que os europeus não são capazes de o fazer sozinhos. Os EUA ainda têm a capacidade de prejudicar a Rússia e Putin através de sanções diretas e secundárias.

Mas Trump também deve querer que isso aconteça. Neste momento, porém, ele parece estar novamente sob a influência de Putin. A aparente manipulação de Trump pelo presidente russo pode ser preocupante para a Ucrânia.

Em entrevistas, Trump disse que Putin elogiou o seu segundo mandato ao declarar que os EUA eram "como um tiro de pistola" e que anteriormente acreditava que os EUA estavam "mortos". Putin também apoiou publicamente a afirmação de Trump de que a invasão há três anos “nunca teria acontecido” se ele fosse presidente.

O seu fracasso em pôr fim ao conflito na Ucrânia, que ele descreveu como facilmente solucionável, colocará à distância as suas ambições de entrar para a história como um pacificador e ganhar o Prémio Nobel. Trump certa vez previu que poderia acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas. Após a cimeira do Alasca, um comentário sobre Fox mostra que ele agora percebe o quão difícil isto realmente é: “Achei que isto seria a coisa mais fácil de todas, e foi a mais difícil”.