Os estados da UE exigem: A implementação da lei da cadeia de abastecimento seja adiada!

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Os estados da UE apelam ao adiamento da lei da cadeia de abastecimento até 2028. O ministro da Economia elogia a decisão, enquanto a Amnistia a critica.

Os estados da UE exigem: A implementação da lei da cadeia de abastecimento seja adiada!

Em 26 de março de 2025, os estados da UE votaram pelo adiamento da Lei da Cadeia de Abastecimento da UE. Esta proposta de adiamento é da Comissão Europeia e propõe alargar os prazos de implementação por um ano, para que as novas regras só entrem em vigor em 2028. Esta decisão carece ainda da aprovação do Parlamento Europeu, que deverá discuti-la na próxima semana. A lei da cadeia de abastecimento, aprovada no ano passado, visa fortalecer os direitos humanos em todo o mundo e responsabilizar as empresas por quaisquer violações dos direitos humanos.

A exigência de um adiamento é recebida com aprovação em partes da economia. O Ministro da Economia, Wolfgang Hattmannsdorfer (ÖVP), saudou os planos de adiamento e enfatizou que tal decisão poderia permitir mais liberdade económica e oferecer a oportunidade de melhorar as leis. No entanto, os críticos da comunidade empresarial temem que os requisitos existentes sejam excessivos e possam criar obstáculos burocráticos que afectam a competitividade da Europa.

Diferentes posições sobre a implementação da lei

A Amnistia Internacional saudou a aprovação da lei da cadeia de abastecimento da UE pelo Conselho da União Europeia, mas a Alemanha absteve-se da votação. Esta abstenção foi criticada pela Amnistia; A organização acusou o governo federal de violar o seu próprio acordo de coligação, no qual se comprometeu a apoiar uma lei da UE em conformidade com os Princípios Orientadores da ONU sobre Responsabilidade Económica e em matéria de Direitos Humanos.

Julia Duchrow, secretária-geral da Amnistia Internacional na Alemanha, disse que apesar das mudanças, a lei poderá ter um impacto positivo nos direitos humanos nas atividades empresariais em todo o mundo. No entanto, enfatizou que a abstenção da Alemanha e o enfraquecimento do texto jurídico colocam em perigo a credibilidade de uma política externa baseada em valores.

Antecedentes da situação dos direitos humanos

Em todo o mundo, as pessoas consomem frequentemente produtos como fruta, chocolate e café em condições de trabalho desumanas. Cerca de 1,4 mil milhões de trabalhadores em todo o mundo trabalham em condições precárias; 28 milhões de pessoas são afetadas pelo trabalho forçado e pela escravidão. Nos últimos anos, a pandemia da COVID-19 piorou realmente a situação das crianças trabalhadoras. Existem actualmente cerca de 160 milhões de crianças trabalhadoras, metade das quais tem menos de 12 anos.

Neste contexto, a UE, enquanto maior mercado interno, sublinha a sua responsabilidade de tomar medidas contra tais abusos. A Alemanha, a França e os Países Baixos adotaram leis nacionais sobre o dever de diligência, enquanto a UE já regulamentou determinadas áreas, por exemplo nas áreas dos minerais de conflito e do mercado da madeira. A Diretiva de Governança Corporativa Sustentável, publicada no Jornal Oficial da UE em 5 de julho de 2024, representa uma medida importante para ancorar os direitos humanos e as responsabilidades ambientais nas estruturas corporativas.

A diretiva exige que as empresas com mais de 1.000 funcionários e um volume de negócios superior a 450 milhões de euros identifiquem riscos nas suas cadeias de valor e tomem medidas preventivas e corretivas adequadas. As multas podem atingir até 5% do volume de negócios líquido anual, sublinhando a seriedade da regulamentação. A criação de um plano climático que seja consistente com a meta de resfriamento máximo de 1,5°C também faz parte dos novos requisitos.

Com a próxima discussão sobre o adiamento da Lei da Cadeia de Abastecimento, torna-se mais uma vez claro que o equilíbrio entre os interesses empresariais e a protecção dos direitos humanos na UE continua a ser um desafio.