Nova ajuda da UE: Luta por uma indústria limpa ou ilusão de protecção ambiental?
A Comissão Europeia adotou novas regras em matéria de auxílios estatais para o Acordo Industrial Limpo, a fim de promover tecnologias limpas e a descarbonização.

Nova ajuda da UE: Luta por uma indústria limpa ou ilusão de protecção ambiental?
Em 27 de junho de 2025, a Comissão Europeia adotou um novo quadro de auxílios estatais no âmbito do Clean Industrial Deal (CISAF). Esta medida visa canalizar o apoio público para a transição ambiental e industrial na Europa. O foco está particularmente na expansão das energias renováveis e na promoção de tecnologias limpas. O quadro substitui o Quadro Temporário de Gestão e Transformação de Crises (TCTF), que existe desde 2022.
As novas regras em matéria de auxílios estatais contêm requisitos rigorosos, especialmente no que diz respeito ao hidrogénio renovável, à eficiência energética e às tecnologias de produção com baixas emissões. O objetivo é apoiar a utilização do hidrogénio, obtido a partir da energia eólica e solar. Além disso, os fundos públicos devem ser utilizados de forma a que pelo menos 50% fluam para a transição ecológica. É dada prioridade a projetos que melhorem a eficiência dos materiais. Os fabricantes de tecnologias limpas são obrigados a utilizar tecnologias de produção de baixas emissões para minimizar os impactos ambientais negativos.
Pontos críticos e desafios
Apesar deste progresso, os especialistas expressam preocupações sobre as novas diretrizes. Então relatado EcoNews que os custos ambientais não são suficientemente internalizados e que continua a ser possível fornecer recursos estatais aos poluidores. Além disso, o quadro não é considerado suficientemente rigoroso para garantir os objetivos climáticos da UE, uma vez que os investimentos em gases fósseis ainda são permitidos.
Outro ponto crítico é que tecnologias como a energia nuclear e a captura e armazenamento de carbono (CAC) são elegíveis, embora os requisitos aplicáveis à CCS não garantam que sejam utilizadas apenas como última opção. As medidas de redução de preços aplicar-se-iam independentemente da fonte de energia, suscitando preocupações quanto à distorção da concorrência. Os objetivos da economia social e circular não são vinculativos e são difíceis de implementar.
Metas e estratégias de mercado
Com o novo quadro de ajuda, a UE prossegue o objetivo global de apoiar a mudança para uma indústria descarbonizada. Eur-Lex salienta que a indústria europeia não deve apenas ser descarbonizada, mas também reindustrializada e inovada, a fim de reforçar a resiliência do continente. Prevê-se que a economia da UE esteja totalmente descarbonizada até 2050, enquanto se pretende uma redução de 90% nas emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2040.
Isto requer investimentos anuais significativos de 480 mil milhões de euros em energia e inovação industrial. É promovido o desenvolvimento de mercados-piloto para tecnologias e produtos limpos, a fim de reforçar a competitividade. Uma iniciativa central é a expansão das energias renováveis e a criação de instalações de produção na UE para tecnologias limpas.
A Comissão já iniciou medidas para mobilizar capital privado e para simplificar e acelerar as oportunidades de financiamento. Uma “via rápida” para a expansão das energias limpas pretende apoiar a implementação das medidas. Também contamos com parcerias internacionais para atingir os objetivos da industrialização limpa.
Os novos regulamentos do quadro de ajuda serão válidos até 31 de dezembro de 2030 e incluem orientações claras para reduzir os riscos ao investir em projetos de energia limpa. Além disso, os Estados-Membros poderão oferecer subsídios para custos de eletricidade aos consumidores com utilização intensiva de energia que invistam na descarbonização. A UE busca uma abordagem integrativa para superar de forma sustentável os desafios do setor industrial e criar um futuro ecologicamente correto.